Uma experiência diferente (e nada divertida)

O dia após o Thanksgiving nos Estados Unidos é o início da temporada de vendas para o Natal. É conhecida por "Black Friday" - sempre é numa sexta pois o Thankisgiving é quinta. É quando acontece aquelas promoções que as pessoas entram correndo nas lojas para pegar os itens na promoção.
Pois bem, fui conhecer essa tradição americana. Primeiro descobri que a Best Buy abria 5 da manhã. O site dava dicas para se proteger do frio, como roupas e outros cuidados, uma vez que a temperatura de madrugada fica abaixo dos 5o.C. Cheguei às 4 da manhã e a fila tinha mais de 200 metros. Teve gente que foi para a porta da loja depois do jantar do dia anterior. A polícia controlava tudo, pois no ano anterior uma pessoa morreu pisoteada em uma loja do Walmart.
Depois de 30 minutos entrei na loja, e as melhores promoções já eram história. Computadores que restavam tinham pequenos ou nenhum desconto frente ao preço dos dias anteriores. Enfim, uma decepção.
Durante o dia fui a outra loja em outro bairro de Washington e a visão era a mesma: milhares de pessoas entrando e saindo das lojas cheias de compras.

O Walmart no Brasil tem uma tática das mais engraçadas. Um locutor fica indicando uma oferta maluca várias vezes no decorrer do dia. Dependendo da oferta, uma legião corre para pegr os itens. Lembro de duas: o kilo do alho a 10 centavos, o que atraiu uma multidão, e uma impressora por R$99, o que foi um sucesso também.
Confesso que acho tanto esta estratégia, como a estratégia americana para atrair consumidores muito ridículas, porém pelo menos no Brasil ninguém fica correndo risco de vida, devido ao frio ou pisoteamento.

Foi interessante conhecer, para ter certeza que esse povo é realmente um consumidor voraz.

Comidas - Chapada Diamantina

A chapada tem duas cidades principais - Lençóis e Capão. Como eu só fui ao Capão, falarei do que tem por lá.
Pastel de Jaca - o nome é exótico, mas o sabor nem tanto. Lembra de leve palmito, mas é feito mesmo de jaca, verde. Tem que experimentar!
Pizza integral - o Capão é uma vila hippie, então tem umas coisas diferentes, como uma pizzaria que só tem duas variações: doce e salgada. E a massa é integral. Só comi a versão salgada, que conta com mussarela, cenoura, alcaparra, azeitona e manjericão, e recomendo, fácil, fácil.
Vale do Paty - os nativos do Paty recebem os turistas em suas casas, e a comida deles é especial. Peça ao seu guia para ficar ao menos uma noite no "seu Wilson". Dona Maria, sua esposa, faz uma comida muito saborosa, e o capricho com as panelas na cozinha é de outro mundo (as panelas brilham). Se as pitangas estiverem maduras, peça por um suco. É divino.

De resto, nada especial. Se for fazer trilha, pode comprar tudo por lá, pois é o mesmo preço de São Paulo, e não precisa carregar nada.

Trilhas - Serra do Paty - Chapada Diamantina

Segundo o pessoal de lá, está entre as 5 melhores trilhas do mundo. Não sei dizer, mas é muito legal.
Tem vários circuitos, mas escolhi um de 3 dias, partindo do vale do Capão, e saindo por um povoado chamado Guiné.
Vale do Capão é um povoado, que fica no vale homônimo, com cerca de mil habitantes e um clima bem agradável, principalmente considerando que fica no sertão. Muitos bichos grilo, incluindo nosso guia, que toda hora que podia dava uma escapada e voltando cheirando a maconha.
Partimos de lá e andamos sob um sol de cerca de 30.C por cerca de 6 horas, primeiro pelas "Gerais do Vieira" e depois pelas "Gerais do Rio Preto", onde alcançamos 1.340m. O primeiro dia é uma caminhada de 20km, com umas vistas espetaculares das montanhas centrais da Chapada Diamantina.
Pousamos na casa do "seu Wilson", onde comemos bem e tomamos o melhor suco de pitanga, para não dizer o melhor suco, já dentro do vale do Paty.
O segundo dia, e o terceiro para quem ficar 4 dias, é de atividades no vale. Fomos a cachoeira do Funil e subimos o Morro do Castelo, onde se encontra uma gruta que permite uma vista belíssima do vale. Pousamos na casa de "dona Raquel", muito simpática, e com água quente (através de lenha, pois a energia elétrica serve apenas para acender as luzes).
No terceiro e último dia fomos até o Cachoeirão, que quase não tinha água, mas a vista compensa. Mais um dia de sol escaldante, sem muitas árvores para amenizar. Saímos pelo povoado de Guiné, onde tinha um carro esperando por nós. Mais 20 km de caminhada, que somados os 11 km do segundo dia, totalizaram 51 km.

Encerramos com uma pizza integral na pracinha do Capão, muito boa, acompanhado de uma cerveja bem gelada.

Trilhas - Washington D.C.

Hoje fiz duas trilhas. Ou 1 e uma parte.

Primeira: Teodore Roosevelt Island.
Ilha do Potomac River, próxima a Rosslyn Station. Claro que ninguém vai de metrô, ou vai a pé ou de carro. A ilha tem este nome pois tem um monumento em homenagem a este presidente americano. Aliás, um dos discursos expostos fala sobre preservação da natureza. Então devo falar que o cara tinha visão, pois um século atrás falar de preservar a natureza não era algo comum.
Além do monumento, em fins de outono a ilha tem o aspecto normal de toda a cidade: folhas caindo, árvores com cores variando entre amarelo e vermelho (quando atingem estas cores, ficam lindas), um pântano, porém sem muita vida, e uns patos. O que me chamou a atenção foram os veados (o animal, ok). Vi dois, um adulto, com uma galhada de por medo, e um filhote. Muito bonitos. Já tinha visto no Pantanal, mas não tão de perto.
Percurso: a volta na ilha tem cerca de 2,5 km, mas se incluir as duas trilhas internas (upland trail e woods trail), dá cerca de 4 km.
Segunda: Mont Vermont Trail.
A trilha inteira tem 16 milhas (26 Km), porém eu só percorri umas 4 milhas. O caminho percorrido é todo asfaltado, com muitas bicicletas. Pelo que eu li, as bicicletas dominam o trajeto. É tipo um parque linear ao longo do rio, ao molde do que o governo do estado quer implantar no Tietê.
Mas tem uma bela vista de DC. Vou tentar voltar outro dia mais a frente, depois do aeroporto Ronald Reagan, para fazer apenas a parte mais selvagem da trilha.

Boa dica: http://www.localhikes.com/Default.asp

Hockey game

Depois de estar no Hall da Fama do Hockey em Toronto eu realmente queria ir a um jogo de hockey. Ontem fui ver Washington Capitals X New York Islanders. Confesso que tenho certa simpatia pelo Islanders, por ser uma das "dinastias" do esporte (foi várias vezes campeão no início dos anos 80). Porém fiquei meio desapontado. O jogo em si é legal, mas é um tal de parar toda hora para propaganda, que irrita. O público americano adora: é propaganda de sanduiche e jogam sanduiche pra galera, e jogam camiseta pra galera, e batem palmas para os militares americanos, e anunciam a loja do clube, e, e, e... Mas a Arena é qualquer coisa. É animal. Dá vontade de ir de novo só para ver a arena.
A propósito, o jogo terminou empatado, e o desempate, que eu não entendi como funciona, deu vitória para os Capitals - 5x4. Aliás, os Capitals tem um bom time.

Primeiras impressões de Washington

Cheguei em Washington DC no último dia 2. Até então eu tinha pego um belo inverno na Bolívia e outro na Argentina, mas isso aqui está de matar. Nem quero imaginar quando chegar Dezembro. Por enquanto o mais frio que eu peguei foi 7 C. Vou falar muito do tempo até o fim da viagem.
Essa é a minha primeira visita aos EUA. Os americanos tem um patriotismo muito grande. Ontem eu estive em no National Museum of American History (free), onde conta um pouco da história americana. A parte chamada "Americans at War", que mostra a participação direta americana em guerras importantes, desde a Guerra da Independência até as lutas no Afeganistão e no Iraque, é bem legal. E o museu estava lotadíssimo. Bem interessante, principalmente quando eu lembro que o Museu Nacional do Peru estava vazio quando eu fui, e o Museu Nacional no Rio, também de graça, devia ter umas 20 pessoas num Domingo, mesmo contando com estacionamento gratuito com segurança.
Hoje eu fui a uma grande praça, onde ficam o Lincoln Memorial, e os memoriais em homenagem a quem lutou na 1a. e 2a. Grande Guerra, Vietnã e Coréia. Normalmente homenageiam os americanos, exceto no Memorial em homenagem a quem lutou na Coréia, onde há uma citação bem legal a todos os países que participaram ao lado dos EUA (que diga-se de passagem, foi uma campanha sem muita honra).
Dentro do Lincoln Memorial tem aquela estátua grande, branca, onde ele está sentado em uma cadeira, a mesma que foi usada como cena no remake de Planeta dos Macacos (só assisti o remake, então não sei se está também no original). Quando eu aprender a postar fotos eu coloco a foto, pois achei bacana.
Neste dia mais cenas de patriotismo rasgado. Muitos recrutas novinhos conhecendo os monumentos, talvez torcendo para seus nomes nunca estarem ali, pais falando para seus filhos que aquele momento era especial por estarem ali, etc.

Depois escrevo mais, pois aqui são 11:30 pm e eu preciso ir dormir.

Um começo para tudo...

Hoje resolvi que deveria escrever um blog. Vivo enchendo minha mulher, que influenciou o nome do blog, a fazê-lo, mas ela não me deu ouvidos, então resolvi eu mesmo fazer.
Como eu sempre quis escrever sobre viagens, é isso que eu vou fazer. Além de outros interesses, como comida, economia, comida, política, comida, bebida, bebida....